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Archive for the ‘Uncategorized’ Category

a-menina-que-nao-sabia-ler2

Em primeiro lugar, aviso que a resenha está  livre de spoilers. Tentei fazê-la de forma a ilustrar os pontos principais da história (sem revelar aspectos importantes), minha crítica pessoal sobre eles, e desmistificar a sinopse completamente esquisita que deram ao livro.

Sabe aquela história de ler o livro só pela capa? Então, foi o caso deste aqui. Comprei-o porque nome e capa me instigaram, fazendo-me crer que a história, provavelmente, seria sobre uma garotinha que enfrentava dificuldades com a leitura e, por fim, era capaz de se superar e dar aquela bela lição de moral que todos nós precisamos de vez em quando. Se você, assim como eu, teve essa impressão e também não leu a sinopse ainda, pode ter certeza de que o livro não tem nada a ver com isso.

Entretanto, ao invés de me desmotivar quando percebi que fui enganado pela ideia da capa, fiquei mais interessado pelo livro, pois, diferente do que achava, o enredo não se tratava de um drama motivacional, mas, de certa forma, tentava elucidar um mistério – gênero que me atrai muito mais. Contudo, após ler o livro, posso afirmar que a sinopse, assim como a capa, também não é confiável. Não por inventar informações, mas por fazer com que criemos certa expectativa que não é respondida na história da forma como imaginamos. Mas explicarei isso depois. Primeiro, vamos à visão geral do livro (não tirada da sinopse, pois, como disse, ela falha em transmitir um quadro mais preciso da história), que, garanto, não contém nenhuma informação vital que tirará a graça do livro.

Florence é uma garota de doze anos que mora em Blithe House, uma mansão na Inglaterra, com seu irmão Giles, além de alguns criados. A casa é do tio da garota, que negligencia os dois sobrinhos e a própria mansão, que é mantida pela sra. Grouse, a governanta. Dentro da mansão, a garota tem como único aliado o irmão, com o qual vive suas aventuras infantis.

Diferente do que se imagina a princípio, a garota já começa o livro sabendo ler. Na verdade, é Florence quem faz a narração. Ela aprendeu a ler com oito anos, sozinha, e não contou a ninguém, pois o tio não queria que a menina fosse educada. Portanto, no decorrer da história, que se passa quatro anos depois da sua descoberta da leitura, Florence já leu inúmeros livros, e não “acaba encontrando a biblioteca” como a sinopse dá a entender.

O mistério que eu disse anteriormente que parece haver no livro ao analisar a contra-capa se baseia em três perguntas que o autor faz a quem a lê: por que Florence sempre sonha com uma misteriosa mulher que insiste em ameaçar seu irmão; o que a sua nova preceptora esconde; e porque o tio não permite que ela aprenda a ler. Não poderia deixar de dar um conselho e pedir que ignorem essa última pergunta como parte do mistério, pois nada tem a ver com a situação, e vocês estarão criando apenas uma expectativa vã (como eu criei) de uma solução bem inventada para a atitude do tio de Florence. O motivo pelo qual ela não pode ler é explicado logo nas primeiras páginas, de maneira breve pela garota, e, a não ser que vocês sejam incrivelmente imaginativos ao analisar o final da história, esta é mais uma falha para a sinopse.

Quanto às outras duas perguntas, elas, sim, têm relação com o (único verdadeiro) mistério do livro. Florence tem sonhos com uma mulher que parece ter um estranho fascínio por seu irmão menor, o que coincide com a chegada de uma nova preceptora, cuja função é cuidar das crianças. A mulher não parece ser o que demonstra e, assim, começa a jornada desconfiada da menina pela verdade.

A leitura até o meio do livro é um pouco cansativa, pois Florence basicamente conta a sua vida na mansão, além de revelar alguns detalhes que necessitam de uma atenção que, geralmente, não damos quando o texto já não está ajudando a prendê-la. Pela forma como falo, parece que não há nada de bom no livro, mas não é verdade. A Menina Que Não Sabia Ler é um livro peculiar, que tenta, durante seu enredo, convencer o leitor quanto ao que sua protagonista conta, enquanto a verdade vai sendo escancarada aos poucos de maneira sutil. Tão sutil que chega a causar dúvida sobre o que acreditar na história. O ápice do livro é o seu final que, digo a vocês, não surpreende, choca.

Contudo, não se pode poupar um livro apenas por ter um final inteligente e original, por isso minha avaliação geral é: uma história morna, que contrasta com uma escrita muito boa (caso sirva como critério de avaliação, John Harding escreve impecavelmente), com um final, de certa forma, previsível, mas que não deixa de impressionar em alguns aspectos.

Não sendo completamente negativo, o desenrolar a partir do meio do livro, apesar de ainda lento, realmente me prendeu e acabei concluindo a leitura em pouco tempo daí para frente. Não se pode dizer que o livro não é uma boa distração; não é  grande ou complexo, e John Harding soube como criar uma personalidade forte para a pequena Florence. No entanto, fica em segundo plano, pelo menos para mim, se tiver em mãos um outro livro de mistério como um Stephen King.

É isso! Espero que tenham gostado da resenha. Essa é a minha opinião pessoal sobre o livro, mas torço que tenha ajudado vocês, pelo menos um pouco, a entenderem melhor o conteúdo e julgarem por si mesmos se vale ou não a pena ler. Até a próxima!

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Tempo

Tempo, tempo… Cadê o tempo?

Com cinco anos, procurei sobre a balaustrada.

O tempo, maroto, escapou. Desceu os degraus e se escondeu debaixo da escada.

Tempo, tempo… Cadê o tempo?

Com quinze anos, procurei em capas de livros.

O tempo, ágil, se esquivou. Camuflou-se feito gente, se embrenhou entre os meus amigos.

Tempo, tempo… Cadê o tempo?

Com vinte anos, procurei em uma balada animada.

As luzes coloridas me cegaram, e isso foi suficiente para o tempo fazer outra empreitada.

Tempo, tempo… Cadê o tempo?

Com trinta anos, procurei num tubo de papel.

O danado, outra vez, escapuliu: entre as tiras dos chapéus que voavam nos céus.

Tempo, tempo… Cadê o tempo?

Com quarenta, procurei numa aliança.

O metal eu vi reluzir e, me distraí!, pronto.

O tempo fugiu por entre os pés da (minha) criança.

Tempo, tempo… Cadê o tempo?

Alguém o viu andando por aí?

Tempo…

Efemeridade: crueldade ou benevolência?

O tempo… O tempo passou.

E, junto com ele, a minha inocência.

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Convicção

Não se pode fugir da escuridão. A escuridão é parte do que há em tudo. Começa como uma fraca penumbra, arrasta-se como uma sombra silenciosa e, sem que se perceba, toma conta de tudo. No entanto, essa não é uma regra geral. A escuridão cega os olhos apenas de quem prefere a comodidade de fechá-los ao esforço de abri-los, a segurança das pálpebras à incerteza sobre o que elas estão bloqueando, a nuvem que embaça a nitidez à situação nítida, num todo. A escuridão só toma conta de quem deixa que ela se alastre. Porque, apesar de um dia sempre cairmos no fundo do poço, basta erguermos os olhos para encontrarmos a sua saída. Então, abra os seus. E não os feche nunca mais.

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1 Fato

As pessoas discutem, brigam, reclamam, argumentam, cospem, esbravejam, se enraivecem, machucam e torturam apenas para provar um argumento. Fazem uso, em verdade, da pior das estratégias. A sabedoria tem muito pouco a ver com as certezas das afirmações. Ela está em saber ouvir até a opinião mais impraticável e respeitar quem quer que esteja se manifestando. Crescer não é se elevar, é renovar o tamanho que já se tem a cada dia de uma forma mais positiva.

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E…

E o arrependimento? É aquele que, se derruba a barreira do orgulho, muda tudo.

E o perdão? É aquele que vive nos corações sem rancores, daqueles que sabem que viver não é fácil e que não é preciso machucar quem gosta para sofrer injúrias.

E a fé? É aquela que move seus passos quando as pernas não o fazem mais.

E a sinceridade? É o oposto da falsidade. É reservada somente para aqueles que compreendem que ser sincero não significa fazer elogios, mas ser honesto em cada palavra.

E a felicidade? É uma bolha no peito que aumenta de tamanho, estoura em alguns momentos, mas logo volta a crescer.

E a amizade verdadeira? É um mapa confiável, que nem sempre sabe informar a rota certa, mas que a segue junto com você.

E a tolerância? É o toldo que o protege quando do céu chovem pedras.

E o carinho? É um lençol de algodão. Que esquenta a alma nas noites frias.

E a sabedoria? É entender que para o conhecimento, há um limite, mas não para a compreensão.

E o amor? É o começo, o final e o presente. A soma de todos os outros e que não se recebe separadamente. Para amar, é necessário o pacote completo.

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     Muitos criticarão a sua crença, mas poucos seguirão a própria.

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Às vezes o pouco que se conquista já é o muito que não existia.

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Você diz que não se importa, mas, no fundo, você se importa sim.

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As pessoas julgam porque estão cansadas de criticar a si próprias, e quando julgar não cura a ferida, elas julgam outra vez.

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Beleza nunca é sinônimo de inocência.

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